quarta-feira, 15 de julho de 2009

Site Novo!


Já está no ar o novo site da cantora e compositora Vanessa da Mata.

Lá você encontra a agenda atualizada de shows, galerias de fotos e vídeos, além de notícias e textos inéditos da cantora.

Este blog não é mais atualizado. Para saber das novidades da Vanessa você deve acessar o site.

http://www.vanessadamata.com.br/home/

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Meu aniversário, simples assim!

Hoje é meu aniversario, e acordei, parei, pensei que eu queria uma coisa simples, não queria pensar demais, falar demais (vou tentar)...
Eu apenas nasci? Foi a pergunta, as coisas realmente são como são? É que hoje eu estou realmente cafona, mas aniversario não é cafona, romântico e inocente? A data que se repete só no numero, na verdade ela aconteceu apenas uma vez. Mas tudo bem hoje eu preciso ser
simples e cafona, me darei esse direito sem o meu alter ego me encher o saco! Hoje eu posso! Por exemplo, as frases feitas, os adágios ou provérbios que eu nunca me permito falar a não ser que eu queira ser simples assim. Estou no mundo a passeio? Acho que não, de jeito nenhum, dou umas corridinhas de vez em quando, pego no rabo do bicho, chacoalho, mordo, respondo, mato de rir e morro de raiva, de rir também, mas é preciso renascer e renascer e renascer sem se sentir estranha, é preciso fazer de tudo e com que tudo me dê uma sensação de gostoso neste mundo, é preciso estar com pessoas e em um lugar de máximo respeito, e eu devo isso a mim, sou eu quem escolhe. Não gosto de certas coisas, e não as trago comigo. Não gosto da dor, da raiva, da maluquice, do descontrole, mas, quando acontecem, eu lido com eles, e com uma certa calma. A gente corre contra o tempo, mas o melhor é que a gente correndo contra o tempo, está esgotando o tempo, esta frase é completamente errada, na verdade a gente não corre contra ele, se a gente corre a gente o mata, eu então corro para ele, engolindo-o, tomando-o, esgotando-o. Mas hoje ele não me escapa, eu o perceberei minuto a minuto.
Eu me lembro outro dia que eu fazia dez anos de idade, outro dia mesmo e não é que eu tenha parado lá, ou qualquer coisa do tipo, mas eu me lembro, eu paquerava pela primeira vez e era delicioso, eu me lembro do "meu cachorro me sorrir latindo" (risos), na musica de Roberto, do Brasil inteiro cantar com a Rita Lee "Lança Perfume". Eu adorava imitá-la andando de patins perto de minha casa. Mas nessa época eu deveria ter três anos ou quatro não sei. Ih, estou regredindo! Eu estou nos trinta e poucos anos, mas é como se fosse ontem a tardinha que eu fui pela primeira vez a um cinema, que eu senti o coração transloucado e o perfume da paixão pela primeira vez e enlouqueci, e que pela primeira grande vez, eu dei os meus pulinhos e saltos adoráveis e entristeci por uma desilusão amorosa, que nasceram os meus seios irrompendo em uma dor tremenda no que antes era liso, reto, nada. Coisas da vida e de quem esta nesse mundo para viver, me lembro de quando eu saí de casa pela primeira vez por uma pretensão de viver mais todos os dias, uma vontade de buscar significado e compreensão, pela curiosidade e encaixe, coisas de quem acorda e sai todos os dias!
O engraçado é que eu não me lembro tanto das outras vezes que essas mesmas coisas se repetiram com tanta empolgação, e hoje eu preciso me lembrar com o mesmo afinco de que todos os dias são uma primeira vez, um único dia, e outra frase feita, que “todo dia é talvez o ultimo dia” (risos) essa é terrível, que é preciso aprender olhando o que parece ser tudo de novo e que não é. Os amores não são a mesma coisa, por mais que pareça. A gente não sente o mesmo, por mais que pareça muitas vezes. Eu acho que muitas vezes os amores, as paixões mudam só o personagem, a doença é a mesma, a invenção é nossa, toda nossa, mas assim não é possível aprender. Por exemplo, vocês já devem ter ouvido os mais velhos e mais turrões dizerem “ah não, se antes eu não mudei, to muito velho pra mudar", frases feitas. Fácil, não? Estacionar o carro velho enguiçado e deixá-lo lá na esquina enferrujando. Eu não quero ser assim, tenho horror disso, quer dizer que se é mais velho é como se não vivesse mais, esta sentada "com a boca cheia de dentes, esperando a morte chegar?” Espere, vai dizer agora que é difícil, mas o tal do difícil é você quem esta dizendo, eu digo que é fácil e faço ser e serei uma mudança ambulante, porque se você vive você muda, e se você é inteligente e quer, você aprende, percebe e automaticamente muda. Eu quero viver aprendendo, e quando se aprende no dia a dia, se está disposto a aprender com o cotidiano sem essas bobagens todas que nos impedem, orgulho, pretensão, pragmatismo, intransigência, preguiça, etc, saber de si é a solução, perceber o que me desperta alegria, boa saudade, elegância da alma, carinho, responsabilidade. Quando se percebe o ruim, se percebe o bom e vice-versa. Cada palavra, cheiro ou som me traz um tipo de memória e essa memória muda o meu dia, me altera. E eu preciso me lembrar de aprender todos os dias, o que não é fácil, com os acontecimentos já estabelecidos, aprender no dia a dia é um luxo e uma proposta um tanto pretensiosa, mas todos somos. Pois isso me tira do meu canto já estabelecido, confortável, seguro, acomodado. É um pouco estranho porque geralmente a gente precisa do novo para ter um choque ou algum tipo de sinc que ilumine. Mas estar vivo não é estar iluminado? Eu não quero e nem precisarei de gritos da vida nem de ninguém para funcionar, para produzir, para acordar, para perceber uma coisa à frente do meu nariz. Ai vem a historia de estar feliz, me sinto feliz quando estou alerta, orgulhosa de mim, quando faço o mínimo para o meu equilíbrio, deixar as coisas ruins do passado no passado, aquela velha frase clichê que todos sabem, mas como? Sei lá, dá-se um jeito, e não vivê-los como se tivessem acontecido ontem. Pensar que só eu sou responsável pelo meu bem estar hoje, e não depender de qualquer um para isso. Tentar até conseguir, como? Sei lá, cada um tem seu jeito, quando tiver puto, pular duzentas vezes, correr cinco em volta do quarteirão, dar cambalhota na cama ou no chão, cortar a grama sua e se não bastar a do vizinho também, gritar e gritar palavras estranhas e rir de si mesmo, adorar! Ler o máximo possível, isso da um orgulho de si além de outras coisas tantas! Eu às vezes acho que se alguns seres humanos pendentes a raiva, massacrados pela magoa e fúria tivessem tido a oportunidade de se perceberem melhor, descoberto o esporte antes de seus crimes, eles jamais teriam se tornado dignos de jaulas. Suando, se exercitando a mente ou o corpo alivia a raiva, o ódio e a tristeza, quase todos sabem disso.Isso dá um alivio de si, e se faz sentir confortável no mundo. Como? É bom não pensar, se pensar muito não dá, pelo menos hoje, não pensar no sofrimento dos outros faz bem, alguém morreu, não quero saber, alguém terminou o casamento o namoro e o diabo a quatro, não quero saber, não me conte, deixe eu curtir a minha existência balzaquiana, simples assim. Fazer com que eu me orgulhe de mim, simples assim, estes são os meus cafunés próprios (risos). Rir de nada e rir de tudo. Garantir as minhas tolices e abastecimento do meu humor. O mais importante é verificar o que está parado há muitos anos, estar de “riso fácil" mas não cômodo, e não deixar que o outro provérbio "saúde o resto a gente corre atrás" seja verdadeiro, porque esse é um dos mais enganadores. A saúde é a primeira a se correr atrás, é o que mais se precisa perceber. De tudo se corre atrás, pois ninguém está aqui a passeio. Só hoje eu quero passear a vontade. Simples assim. Beijos a todos...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Seis Primas

Raquel, Andréa, Eré, Daniela, Tatiana e Eidi

Éramos seis primas
Doze conversas
Tantos pepepês
Saudades das férias chuvosas
As onze horas curiosas abertas e bem postas
E as samambaias companheiras
As casinhas antigas paradas olhando nossas farras baratas
Incólumes das ranhuras do mundo
Diversão barata de voz e humor
Tipicamente criativa de diálogos fartos e graças de quem é e se faz feliz

Eu tenho saudades da época
Ou eu tenho saudades de mim
É que quando eu estou com elas
Eu passo a perna nas coisas torpes
Tudo o que tenho é nobre
Todos os sentidos e respostas são eternos e ternos

É achado o que se mostrava escondido
É permitido e é fácil ficar bem
Todas as flutuações e elevações
Nossos sonhos
Nossos gestos, nossos reencontros
Eu me encontro de novo dentro de mim
Em um conforto em que eu já havia estado
Deitada em um estofado branco, fofo, respirando sem esforço
Deixando o ar entrar pelas narinas naturalmente
Em um furtivo pensamento que escapou em um domingo desses
E saltou em um reflexo imagético que acabrunhou-se em seguida
Mas antes deixou a imagem sadia e corada
As minhas primas sentadas na cozinha,
Sempre a cozinha era nosso estar
Falando de nada, rindo de nada, sempre e sempre
Rindo de quase morrer de rir

O mais gostoso que tenho nesta época do ano é que vou me encontrar com elas
Vou me encontrar comigo
Vou morrer de rir
Sentir os mesmos cheiros acalentadores que me abraçam
Sentir o espírito de minha avó sinhá que sei que ainda mora lá e me recebe aos beijos quando chego
ouvir o balanço das árvores que ainda restam, velhas e sábias
Vou me encontrar comigo
Realimentar minha alma
Relembrar minha infância feliz que é o que me interessa e as peripécias de uma criança ativa
“o anjo que caiu do céu expulso e sem retorno” dizia dona sinhá aos risos
os cabelinhos enrolados cheios de tocos e florzinhas, folhinhas
e as primas rindo do mau feito
o voltar serve para isso
se encontrar consigo
perceber-se no direito e dever de se rever,
mudar o que precisa ser mudado para estar pleno, ou quase
curtir-se e curtir ao máximo
esses que são os verdadeiros amores ternos e eternos

Feliz natal aos queridos amigos e companheiros da mesma e linda linha de trem

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

DVD, Paraty e outros cantos



À todos,
Para quem não pôde ir a Paraty acrescentei uma foto do nosso palco, charmoso, não? Obrigada a todos vocês, que me ajudaram a realizar esse primeiro registro em imagens da minha carreira. Adoro aquela cidadezinha com suas ruas de pedra e casas coloniais, com sua calma e sua paz, transbordando flores por suas janelas e por detrás dos muros. Que delícia. Obrigada a todos que se fizeram presentes, pessoalmente ou por mensagens aqui no blog. Não posso deixar de agradecer também ao IPHAN e a cidade de Paraty, que gentilmente abriram suas portas; a LadoB, a Sony e Multishow, aos técnicos todos, aos músicos que estavam comigo; Sly e Robbie, que vieram especialmente da Jamaica, muito obrigada, vocês são incríveis, mágicos; e muito obrigada, mais uma vez a meus fãs, o que seria desse DVD sem a energia de vocês durante as mais de 4 horas em que estiveram lá comigo. Obrigada também àqueles que apareceram no primeiro dia, mesmo sem que tivesse sido divulgado, e lá ficaram até as 3 horas da manhã!
A todos viajantes da mesma linha de trem aviso que ele avança e essa viagem deixará lembranças lindas da cidade Paraty.
Beijos a todos
Vanessa

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ares de Paraty

Olá
Estou aqui em Paraty, nessa cidade deliciosa, quanta paz, quanta beleza. A gravação do DVD é hoje, Sly Dumbar e Robbie Shakespeare também estão por aqui e ontem à noite já nos divertimos tocando juntos. Quem quiser ver ao vivo ainda dá tempo, estaremos no palco a partir das 18h. Por enquanto aproveito os ares dessas praças centenárias, numa das cidades mais charmosas do mundo.
Beijos a todos.

sábado, 15 de novembro de 2008

Entre Madri e Natal - Sonhei

Olá queridos,
Sei que estive um tanto ausente das letras aqui postadas no meu blog por causa das muitas viagens, mas gostaria de dizer-lhes que nunca deixei de ler o que eu pude das palavras postadas por vocês. Aqui vai um pequeno carinho que escrevi hoje e que quero dividir com todos os viajantes da mesma linha de trem.
Beijos

As palavras seguintes são em relação à solidão da profissão e de nossas viagens que me obrigam a estar longe dos amigos e familiares, mas ao mesmo tempo perto e sendo ganerosa com a música e com quem a troca comigo. A dedicação a ela é intensa, mas o prazer que as pessoas me provam e me entregam compensa tudo.

Escrito em 15 de novembro de 2008, entre Madri – ESPANHA - e Natal - RN, BRASIL - nos contrastes e distâncias da estrada.


Sonhei
Sonhei que estava ausente
Ao meu molde inocente e barato romance
Sonhei deveras inconstante
Depois acordei
Eu nesta minha passagem
Não sossego a imagem de um beijo eterno
São tantas invasões e cobranças
Tantos marketings e pieganças
Tanto catolicismo e rudezas
Pensando comigo eu prezo ainda a figura e com ternura separo o casal cuidadoso e calmo
Que tanto essa imagem aparece
Que tanto obsessivo amanhece, anoitece
Que eu não quase posso ver-me
Sem estar colada a um outro
Não me basto, não me encontro a mim e a mim
É preciso estar o bastante consigo
E esta é uma guerra que combato
A da dependência do outro
É preciso conhecer-me
É preciso um aperto
Sentir-se
Se não houve um por alguém
Pais, tios, avós e por conseguinte amigos
Um nutrir de amores
Então, que se danem os deleites fortúnios não tidos
Eu ponho o meu pezinho no meu
Eu beijo com carinho meus braços
Cheiro os meus cabelos e me farto
Eu posso desviar-me dos traços de desconfortos e fracassos que poderiam domar-me
Eu quero e pego os doces que eu guardo, colhendo e percebendo o que a vida oferece
Eu guardo-me em significante estado
Puro, belo e macio
Lugar onde o filigrana é desenhado a enfeitar o meu ninho
Arquiteta o meu ninho
Onde passo o meu estimulo aos pássaros
Canto, falo os meus perfumes que vão
Respirados e leucócitos
Cheios de luzes, acalentação e muitos
Sem necessariamente ser todos
Sem necessariamente estar com todos
Mas estando
Definitivamente respirando juntos
Cão gato rato e fruto.

Vanessa da Mata

segunda-feira, 6 de outubro de 2008